Tuesday, November 28, 2006

Esquece tudo o que te disse

Meu Anjo,

Esquece tudo o que te disse. Tudo o que te escrevi. Todas as promessas de ser comedido e bem comportado.

Menti-te!!! Foi isso...menti-te. Não o fiz por mal. Juro-te que não o fiz por mal. Mas naquele momento achei que era a única forma de olhares para mim, de não fugires a sete pés, de te sossegares, de te manteres por perto. Tu sabes como eu preciso de te ter por perto, não sabes?

Mas a verdade é que não me contento com o teu carinho e a tua amizade. Não que eu os despreze...antes pelo contrário...prezo-os mais do que tudo. Mas os teus beijos fazem-me tanta falta...O teu corpo entrelaçado no meu, puxando-me para ti como se me quisesses afogar dentro do teu ventre, dentro da tua Alma.

Eu sei que outrora te disse que ficaria feliz só por olhar para ti. Ao de longe, sem que me visses. Mas tu sabes bem que isso é uma afirmação de um desesperado que já nem sequer sabe o que pensar. Se eu te vir – se eu tiver essa suprema sorte – sentirei vontade de tudo o resto e sentir-me-ei capaz de vencer todos os obstáculos para chegar até ti. E chegarei...Talvez por isso fujas...

No fundo acho que menti a mim mesmo...Como um alcoólico que se considera suficientemente forte para entrar num bar e nada beber. Não sou forte! Ao teu lado não passo de uma criancinha indefesa que apenas precisa de um colo. Mas preciso!!! Não o posso evitar...

Por isso...olha...esquece o que te prometi...Quero te ver, quero que sejas sempre a amiga, confidente, carinhosa e solícita que sempre és. Mas quero os teus beijos e o teu corpo. Porque essa vontade que eu tenho é maior do que eu...

Friday, November 24, 2006

Pára o que estás a fazer!!!

...Agora! Imediatamente! Deixa lá a tua vida mundana e quotidiana. Abandona essas tuas tarefas repetitivas e sensaboronas.

Não te queixas que a tua vida é uma monotonia? Que te sentes presa a um dia a dia limitado e que nada te cativa? Então pára...Não te peço mais do que uns breves minutos e um pouco da tua atenção.

Não sentes bem dentro da tua Alma que gostarias de Amar e ser Amada? De uma maneira que vá para além da realidade? Então não esperes mais...Esquece a estúpida realidade que nos oprime a todos e sonha. Eu também não sou mais do que um sonho. Mas Amo. Mas Amo-te...E, só por isso, aqui estou. Para que tu, nem que seja por uns míseros minutos, sintas como é bom Amar...

Não te trago mais do que palavras, bem sei, mas acredita que são todas sentidas. Da primeira à última. Não escrevo por escrever – nunca o fiz nem sou capaz de o fazer – e entrego-me a esta forma estranha de Amor. Mas, se em tudo o que faço a estranheza é uma certeza, porque não o haveria de ser no Amor?

Julgas que eu não preferiria dizer-to cara a cara, olhos nos olhos, boca com boca? Mas não sei onde tu estás...E, se calhar, nem sei quem és...Mas Amo-te. Disso tenho a certeza. O que não me deixa qualquer alternativa senão escrever-te, procurar-te, insistir com estas palavras para que elas me revelem o caminho que agora está tão turvo.

Só que hoje escrevo para ti. Só para ti. Hoje de nada me interessa o que sinto quando estou só, quando morro de saudades. Hoje és tu que estás no pedestal, é sobre ti que incidem os focos, és tu quem deve ser admirada, cortejada, endeusada. Porque mereces...E porque eu te Amo...

Tantas mulheres no Mundo. Umas mais bonitas, outras menos agradáveis à vista, umas simpáticas e afáveis, outras carrancudas e antipáticas, umas sedutoras e voluptuosas, outras tímidas e recatadas. E no meio de todas elas: tu! Mas porquê? Porque diabo haverias de ser tu a escolhida? Aos meus olhos e aos meus sentidos não és mais nem menos do que tantas outras. Mas para o meu coração...esse palerma ingênuo e inocente, és a musa que me inspira, que me faz sonhar, que torna o Mundo um lugar melhor para se viver. Ou para se sonhar...

Apesar de tudo acredito que até a minha razão encontraria mil e uma qualidades que fariam de ti, por si só, digna de encanto. Mas nenhuma delas tem qualquer significado face aquilo que o meu coração sente. Porque te Ama. E nada suplanta o Amor. Nem o rosto mais belo, nem os olhos mais expressivos, nem o corpo mais apetitoso. O Amor, minha querida, vale por tudo isso e muito mais...

E assim, todos os elogios que te faça, por me parecerem insignificantes face aquilo que mereces, tornam-se supérfluos e insensatos. Todas as linhas sedutoras, por serem banais e insensíveis, tornam-se desnecessárias e estúpidas. Todo o carinho, por ser frágil e inócuo, torna-se vazio. Porque te Amo. Amo com toda a raiva contida no meu coração. Amo com toda a alegria que me faz rejubilar. Amo com toda a tristeza acumulada enquanto não te conheci. Amo-te em mim, porque de mim fazes parte. Amo porque Amo. E o Amor não conhece razões...

Gostava de um dia ser Amado assim...Como eu te Amo...

Wednesday, November 22, 2006

Carta para todos e para ninguém

Já AMEI das mais variadas formas. AMO...

Já AMEI e senti mil e uma emoções inerentes a esses Amores. Já senti o coração a bater descompassado, na presença ou ausência de alguém. Já perdi o ar e a respiração ao sentir-me longe desse Amor. Já desejei a minha própria morte. Já sorri estupidamente. Já cometi loucuras em prol desse Amor. Já me arrependi de ter Amado. Já me arrependi de me ter arrependido. Já senti a Paz. Já me senti perdido. Já me senti sem forças para enfrentar o Mundo sem o meu Amor. Já lutei pelo meu Amor. Já rasguei a Alma de ciúmes. Já perdoei (por Amor perdoa-se sempre). Já chorei. Já me esqueci do Mundo por causa do Amor. Já deixei o Amor por causa do Mundo. Já senti o Amor eterno. Já Amei sem pensar. Já Amei à distância. Já Amei sem o saber mostrar. Já voei com o meu Amor. Já caí pelo meu Amor. Já calei o meu Amor. Já guardei o meu Amor. Já me senti desesperado. Já me senti traído. Já me senti Amado em toda a plenitude. Já me senti incapaz de retribuir o Amor recebido. Já Amei sem querer nada em troca. Já me entreguei totalmente ao meu Amor. Já me senti nas nuvens. Já toquei o Paraíso. Já desci aos Infernos. Já me senti completo. Já me senti insaciável. Já quis tudo. Já perdi tudo. Já me levantei para voltar a Amar. Já jurei não mais Amar. Já reneguei o meu Amor. Já abdiquei do meu Amor. Já descobri no Amor o único caminho que poderei seguir na vida. Já vivi por Amor. Já vivi um Amor. Já traí por Amor. Já senti o Mundo a parar. Já senti a vida a parar. Já perdi o apetite. Já me senti tão inútil e impotente. Já me senti encantador. Já entrei noutra Alma. Já quis ser outra Alma. Já recebi um abraço profundo. Já fiquei tonto com apenas um beijo. Já desapareci nos sentimentos de alguém. Já tive certezas. Já me devotei ao Amor. Já me enganei no Amor. Já senti o AMOR...

Ao olhar para trás e para tudo o que senti – apenas descrevi uma ínfima parte das sensações, emoções, sentimentos, situações que experimentei e vivi – chego à conclusão que sou uma pessoa afortunada. Porque tive a felicidade de sentir tanto...Exaltação, loucura, Paz, dor, calma, alegria, euforia, Paixão, desejo, carinho, Amizade, angústia, ansiedade, serenidade, liberdade, Verdade, entrega, dedicação, vontade, desgosto, confiança, certeza, tudo isto senti. E senti-o da forma mais intensa que seria possível. E senti muito mais do que aquilo que me é permitido expressar. Tomara eu ser capaz de expressar correctamente tudo quanto senti....

Agora parado, estático, a olhar para este rol de emoções como se admirasse uma prateleira de livros, apreciando as suas lombadas, lembrando-me das suas estórias, recordando toda esta vida, sorrio impávido e sereno. Nunca poderei quantificar ou qualificar o que senti, quando senti e como senti. Não poderei avaliar os bons e maus momentos. Não me será possível medir os sentimentos como se se tratasse de alguma escala científica. O Amor não é científico!!!

Tudo aquilo que vivi – senti – teve uma razão de ser. Tudo aquilo que senti – vivi – foi imprescindível para aquilo que sou. Nenhuma sensação pode suplantar a outra. Nem sequer poderei dizer que esta ou aquela foi a mais importante porque foi mais ou menos intensa. Não posso, nem devo, tentar entender, compreender ou justificar o Amor nem todas as suas emoções. Cabe-me apenas – e a todos nós – beber de todas elas como se se tratassem da mais doce poção que tornam a vida que vivemos algo mágico que vale a pena viver...

Tuesday, November 21, 2006

Amor depois da morte...

Minha Querida,

Ainda tenho esperança…Ontem falava com uma profissional em assuntos espíritas – que agora estão na moda – e que ajuda as pessoas a perderem maus espíritos, que me disse que às vezes as pessoas reencarnam porque havia algo que ainda sentiam que tinham a fazer na vida. A título de exemplo disse-me achar que ela, noutra vida tinha sido Mãe da sua actual Mãe. Vai daí, já que estávamos no campo das hipóteses, perguntei-lhe se ela achava possível que um Amor não concretizado se poderia concretizar noutra vida.

Ela disse-me que sim…

Escuso de te dizer que pensei logo em escrever-te a dar a boa nova. Talvez numa futura vida eu tenha a possibilidade de te mostrar o que é um verdadeiro Amor. Espero é não sofrer a suprema das ironias e perceber, depois de ter atravessado a morte, que afinal não me tinhas assim tanto Amor como isso…

Enfim…

Beijos

Com muita saudade

Minha Querida,

Hoje sinto uma necessidade enorme de te escrever. Mais do que te dar notícias, mais do que te contar alguma novidade – que não há – mais do que tentar saber de ti, tenho de te escrever. Tenho de tentar usar as palavras para suprir a falta que me fazes.

Escrevo-te porque não tenho a tua boca ao alcance da minha, porque os teus olhos não fitam os meus, porque as tuas mãos não me conseguem segurar, porque o teu corpo não me serve de abrigo. Nem sequer ao som da tua voz eu tenho direito.

Restam-me as palavras – estás em todas elas – para te trazer de novo para mim. Cada letra que eu escolho, cada palavra que se forma, cada frase que se cria, não é mais do que algo que o meu coração sente, mas não sabe dizer. E se soubesse não encontraria porventura palavras que fossem suficientemente fortes para ilustrar tudo o que eu sinto.

Mas a míngua retira-nos toda e qualquer exigência que pudéssemos ter. Resignamo-nos ao pouco que nos dêem, aceitamos de bom grado e sem orgulho as poucas migalhas que sobejem de outras refeições.

Assim, muito embora eu trocasse todas as palavras da minha vida por apenas um beijo teu, aceito sonhando as palavras que me levam até ti.

Thursday, November 16, 2006

Adeus...

As horas, os dias, as semanas e os meses passam e nada apaga a imagem da tua partida. Aquele singelo momento pareceu demorar uma eternidade. Talvez por isso faça sentido que eu soubesse, sem o saber, que aquela partida era a derradeira, que significava o final do caminho que havíamos percorrido juntos.

E, no entanto, nada parecia demover a magia que existia entre nós, nada parecia apagar a chama que nos uniu e, entretanto, separou. Os nossos olhos procuraram entre si uma solução, uma fuga, um caminho que nos permitisse manter vivo aquele Amor. As nossas mãos procuravam agarrar-se uma à outra, numa tentativa vã de segurar a réstia de esperança que nos mantinha sorridentes, da mesma forma como um moribundo se agarra ao último sopro de vida. Sabendo que nada há a fazer senão desistir, mas tendo uma força interior que obriga a lutar.

Pedi-te tantas vezes que não partisses...E quando te fazia esse pedido não pensava naquele momento, mas sim em todo o percurso que a ele se seguiria e que eu seria obrigado a fazer sem ti. Porque sabia que tencionavas partir, porque sentia que querias fugir de mim, porque pressentia que te perdia naquele momento.

Os minutos empurravam-se uns aos outros e eu via-os a passar por mim levando com eles o meu sorriso, a minha alma, a minha luz e a minha vida. Assim, desta forma...E por muito que eu tenha feito para o evitar, a verdade é que nada fiz. Segurei-te a mão. Por quanto tempo? Por muito pouco...

Os teus dedos foram-se soltando aos poucos e eu limitei-me a ver-te partir. Por uns instantes ali fiquei, preso aquela despedida, na esperança pouco sincera que algo te fizesse voltar atrás, na esperança ténue que tudo se resumisse a um até breve e não a um Adeus.

Desde então o tempo tem tentado enterrar aquele momento na cova das recordações. Só que, por alguma razão que desconheço – ou que conheço mas que já não quero partilhar – tantas vezes regresso ao mesmo lugar, ao mesmo momento. Na esperança que voltes atrás, na esperança que te impeça de partir, na esperança de reencontrar algo de mim que ali perdi...

Friday, November 10, 2006

Devaneios de um louco apaixonado

Bom Dia Meu Amor,

E que dia...O dia nasceu para te ver, para te adorar, para te fazer feliz ao mostrar-te o quanto és especial.

O Sol hoje brilha lá fora, com uma luz forte, intensa, quente. Como se tentasse esticar os seus raios para te acariciar, para te tocar, para descobrir que astro é esse que brilha assim tanto na Terra. E o Sol, olhando para ti, mesmo que percebendo que o teu brilho é mais intenso do que o dele, sorri feliz e distribui essa felicidade pelos comuns mortais que nem sequer tiveram oportunidade de te ver. Ou, pelo menos, de te ver como eu e o Sol vemos...

O céu, esse vestiu-se com o azul mais elegante. Nem demasiado garrido, nem desenxabido e vazio. Escolheu a cor ideal para te homenagear. Para que olhes para cima e deixes de manter os olhos pregados no chão. Para que te lembres como é bom voar...

O Mar acordou calmo. Para que no seu ondular pudesses sentir o meu coração a bater. Para que o teu brilho absorvido pelo Sol pudesse agora ficar reflectido no Mar. Sem raivas, sem mágoas, sem dor. O Mar limita-se a saborear o sonho que nasce do Amor.

Os animais sorriem quando me vêem. Como se até eles soubessem como tu és. Como se todos eles te tivessem visto hoje – viram ?. Os pássaros chilreiam à minha volta cantigas que tantas vezes te cantei, os cães cumprimentam-me numa solidariedade que só existe por tua causa. Imagina que até vi um cavalo com asas – julgo que de nome Pégaso – que me contou 1001 estórias de Amor. E em todas elas eras tu a principal protagonista.

Até as pessoas, esses seres misteriosos que eu nunca consegui compreender, me pareceram mais felizes na azáfama do dia a dia. Por isso o dia de hoje é menos corrido e mais saboreado. Porventura influenciadas por esta aura que surgiu pela manhã, estas pessoas conseguem ver o Mundo com outros olhos, apercebem-se que existem coisas mais importantes do que as suas tarefas quotidianas, realizam que o Amor é a razão de toda a nossa vida.

E tudo isto por tua causa. Algum dia imaginaste que farias toda esta diferença? Algum dia pensaste que encantarias assim tanto o Mundo? Algum dia te apercebeste do quanto és importante para que tudo se mantenha assim?

Não me venhas com o teu pessimismo e com a tua racionalidade que não é tua. Saboreia tudo o que o Mundo te está a dar hoje, porque tu és a verdadeira razão de ele estar assim. Aproveita a tua vida, pássaro contente. Faz dos teus sonhos o teu Pégaso para que possas com eles voar. Deixa-te de medos, hesitações.

Eu e o Mundo precisamos de ti.

Obrigado

E é por isso que te escrevo

E é por isso que te escrevo. A ti e não a outra qualquer. Não se trata de qualquer espírito masoquista – que talvez tenha... – de me agarrar a um Amor que já morreu. Não se trata de acreditar que és única no Mundo – para mim és...Não se trata de querer sonhar em algo que nem em sonhos me permito rever.

Simplesmente és tu a fonte da minha inspiração. E assumiste esse papel de tal maneira que nada mais consigo fazer. Por isso estás presente quotidianamente na minha vida. Onde quer que eu esteja, para onde quer que eu me vire, lá estás tu. Disfarçada no meio de uma música, escondida numa paisagem, oculta na Lua – é difícil de acreditar...oculta na Lua – camuflada numa qualquer nuvem que passe por mim.

Talvez assim percebas porque te escrevo. Porque no fundo não haverá nada mais para eu escrever. Na realidade talvez a minha vida se resuma a ti. Tudo o resto são meras passagens de ti para ti.

Não pedi para viver assim. Não fiz nada para sentir o que sinto. Acho até que não queria ficar assim tão preso. Mas, como nada posso fazer, aceito esta pena que, apesar da dureza e da solidão a que me condena, faz-me sentir. E não há nada pior do que nada sentir...

Thursday, November 09, 2006

Era para ti que eu queria escrever

Minha Querida,

Era para ti que eu queria escrever...Ou, perdoa-me a sinceridade, para aquele Amor antigo. Talvez até para aquela menina encantadora que se cruzou ontem comigo. Ou, em último caso, para uma ilustre desconhecida que me encante (todas as mulheres têm os seus encantos).

Gostava de poder desfilar os meus sentimentos numa carta romântica que te fosse endereçada. Fazer-te feliz com meras palavras que para ti pareceriam tudo. Que bom seria terminar essa carta com um sincero Amo-te que significasse mais do que uma palavra de circunstância que dizem os namorados.

Estou certo que se o fizesse, se fosse capaz de escrever assim, se fosse capaz de sentir assim e de direccionar assim os meus sentimentos, seria mais feliz. Ou menos infeliz...

Mas a verdade – por muito que te custe ouvi-la – é que não sou capaz de fazê-lo. Por mais que eu queira – e quero, acredita – as tais palavras que expressem os meus sentimentos ou, para ser mais correcto, os meus sentimentos quando se moldam nas palavras, já têm destinatário: Ela...

Não me perguntes porquê – que manias essas dos porquês... – que eu não te saberia responder. Tu nem imaginas quantas vezes eu mesmo me perguntei e nunca fui capaz de me dar uma resposta.

Não tenho qualquer razão ou argumento que justifiquem o que acabo de te confessar. Simplesmente sinto-o. Pensas que eu não tentei? Julgas que me sinto bem preso ao silêncio do lado de lá das minhas palavras? Achas que sou feliz Amando em silêncio, ou Amando o próprio silêncio? Acaso acreditarás que eu não sonho com um verdadeiro e real Amor?

Talvez seja a ironia das ironias...Foram as minhas palavras que me levaram até Ela. Entreguei-as de tal maneira que agora...já não me pertencem. São dela. Percebes? D’Ela...

Não sei se a queria de volta, se me bastariam as palavras que eu perdi. Sei que agora vagueio perdido, sem norte, sem destino, sem nada nem sequer as palavras que outrora me reconfortavam.

Thursday, November 02, 2006

Ousadia

Minha Deusa,

Perdoa-me a ousadia de te escrever, perdoa-me o descaramento de me declarar, releva o topete que tenho de te importunar, mas castiga a minha insolência de querer uma resposta tua.

Sei que nada devo pedir, sei que a nada tenho direito. E, no entanto, algo me atormenta a Alma. O silêncio. Esse monstruoso silêncio que corrói todos os meus sentimentos fazendo com que eu nada sinta. Nada sinta!!!! Sabes o que isso significa para mim? Nada sentir? E tudo porque esse teu silêncio rechaça tudo o que eu pudesse sentir.

Se acaso me dissesses algo. Uma palavra amarga, uma frase apaixonada, um grito de raiva, um gesto de carinho, um sorriso em letras. Talvez dessa forma eu pudesse saber como me sinto. Assim, todos os sentimentos que eu converto em palavras – porque nada mais tenho para te dar...senão daria – são deitados num buraco sem fundo. E nem sequer consigo ouvir o momento em que estes te tocam. Tocam? E vou perdendo a Alma sem ganhar a razão...

Por isso te peço que me respondas, que me digas algo. Diz-me que és indiferente às minhas palavras, diz-me que aquilo que eu sinto não abala as tuas convicções, conta-me o quanto sou insignificante para ti, mostra-me o quanto as recordações que tinhas minhas estão esquecidas, confessa que nem nos teus sonhos mais escondidos pensas em mim, revela que não me Amas mais.

Se o fizeres...prometo-te deixar em paz. Se o não fizeres e optares pelo silêncio, estarei no meu direito de acreditar naquilo que mais desejo: que me Amas, que ainda me Amas, que é apenas a monstruosa realidade que te impede de descer dos céus para me reencontrar, que estás algures a olhar por mim. A mim bastaria tal...Não precisarei de nada mais. Deixar-te-ei no teu pedestal sem te tocar. Abdicarei de todos os meus sonhos. Mas saberei que ainda me é concedido poder Amar...