Wednesday, December 12, 2007

Porque te Amo...

Minha Querida,

Devias ter-me visto hoje pela manhã. Apesar do frio e de ter acordado cedo, saí inexplicavelmente sorridente (talvez porque te Amo). Eu, que tantas vezes passeio cabisbaixo e sorumbático (sem dúvida porque te Amo), hoje senti que algo irradiava dentro de mim mesmo.

Não me queixei do trânsito (porque te Amo), sorri a todos quantos discutiam à minha volta sobre se tinham ou não prioridade (porque te Amo), não me preocupei se estava atrasado (porque te Amo).

Não liguei ao frio que senti (porque te Amo) e imaginei que estava nos teus braços quentes e acolhedores. Não fiz contas à vida (porque te Amo) nem me pus a pensar nos presentes de Natal que ainda me faltam comprar. Não pensei em rigorosamente nada que afectasse este estado de espírito tão salutar (porque te Amo).

Limitei-me a ouvir uma série de músicas que me fizeram pensar em ti (porque te Amo) e atrevi-me a cantá-las alto (porque te Amo) como se sonhasse que tu me poderias ouvir.

Não me lembrei de tantos momentos menos felizes que vivi (porque te Amo), nem perdi tempo a carpir mágoas. Não fiz planos para hoje nem para amanhã, nem planeei a minha vida no ano 2008. Mas senti-te cá dentro (porque te Amo), presente de uma forma que nem eu mesmo te sei explicar (talvez porque te Amo).

Passo a passo, palavra a palavra, fui escrevendo na cabeça as palavras desta carta que iam sendo ditadas pelo coração que certamente te Ama. Apenas pensava em chegar a casa e passar tudo isto para o papel (porque te Amo).

Tinha tanto mais para te escrever (porque te Amo), tinha tanto mais para te dizer (porque te Amo), tinha tanto mais para partilhar contigo (porque te Amo). Por ora quero apenas (porque te Amo) calar-me, sentar-me quieto em qualquer canto recolhido e deleitar-me com todo o Amor que, de uma ou outra maneira, me fazes sentir (porque te Amo).

Beijos grandes

P.

P.S. – Obrigado por me inspirares. Obrigado por me fazeres sentir como fazes. Por me fazeres sentir isto e aquilo, por me fazeres viver, por me fazeres sorrir, por me fazeres chorar. Obrigado por tudo.

Tuesday, December 04, 2007

O preço de viver sem Amor

Meu Amor,

Tenho uma folha branca à minha frente. Vazia, inerte, morta, desprovida de qualquer emoção, boa ou má. As palavras, que outrora corriam leves umas sobre as outras, são hoje pesadas, presas, paradas. Os sentimentos que se atropelavam uns aos outros, mas que floresciam sem qualquer dificuldade, definham agora num coração que está como a folha branca à minha frente.

De nada me adianta pegar em mil e uma canetas, trocar de folha, procurar as palavras onde sei que nunca as encontrarei, vasculhar os buracos mais escondidos da minha Alma na tentativa de recuperar os sentimentos há tanto tempo perdidos. Tocaste tudo. Contaminaste tudo. Estragaste tudo.

Não me sinto bem nem mal. Já não morro de saudades tuas. Já não sonho contigo. Não tenho a mínima esperança de te rever. Não penso nem quero que faças parte da minha vida. Não quero ver-te, ouvir a tua voz ou ler as tuas palavras. Curei-me de ti.

O problema de toda a cura são as mazelas que nos deixam cá dentro. Para superar a tua ausência aniquilei todo o meu interior e agora sou apenas uma ruína, um amontoado de pedras que outrora foram um Palácio. Sobrevivo sem ti, mas a que preço? Pago sem sangue o preço de viver sem Amor.

Procuro dentro de mim mesmo uma réstia de paixão que me faça reerguer das cinzas e nada encontro. Apenas um coração vazio, inerte e morto que desistiu de bater...