Monday, February 21, 2005

Dor calada

Pedes-me para calar a dor que estala agora em meu peito.
Ironia da minha vida, já nem a gritá-la tenho direito?
Terei de sofrer então toda esta angústia bem calado?
E viver o resto da vida com o coração amordaçado?

Ou acreditas que é possível fingir?
Olhar em frente e apenas sorrir
Quando esse silêncio que me pedes só me traz dor
Dor de quem se vê obrigado a calar o Amor.

Só que o Amor, minha querida, nunca se cala
Ele é a voz do coração…que nunca fala
Ele sou Eu, Ele é aquilo que me faz viver
Com Ele calado será tudo um lento adormecer

Por isso perdoa-me se acaso me ouvires a gritar
De dor, de prazer, por sofrer, por te Amar
Esses gritos são a única prova que na minha Alma ainda há vida
Que ainda há esperança para mim, que ainda existe uma saída

Se eu parar de sentir, se eu esquecer o sofrimento
Seria como se deixasse o Amor ser levado p’lo vento
E aí então nada mais faria sentido
Talvez não estivesse infeliz, mas estaria certamente…perdido