Monday, November 22, 2004

Sonho...

Eurídice,

Ontem, enquanto dormia, sonhei contigo…

Sonhei que nos encontrávamos, sonhei que nos abraçávamos, sonhei que nos amávamos. O lugar onde estávamos era perfeitamente secundário. Para te ser o mais honesto possível a lembrança que guardo desse lugar, onde nunca estive senão em sonhos, é a de um espaço escuro, sujo, acanhado. E no entanto como me bateu mais depressa o coração porque te vi. Como me senti a explodir de emoção por finalmente te ter nos meus braços. Como me soube a paraíso aquele lugar que mais se assemelharia ao Inferno.

Foi um sonho. Não apenas um sonho acto de sonhar, mas também um sonho que se deseja que se vive, daqueles que as crianças vivem quotidianamente. Sonham em voar, sonham com príncipes e princesas, sonham que são crescidos. Eu sonho contigo Eurídice. Que outra maneira tenho eu de estar mais próximo? Que caminho tenho eu para te encontrar? Sonho…

Acordei algo perdido entre esse sonho e a realidade, mas com a sensação bem viva de te ter visto, de ter estado ao teu lado. E essa sensação era rica, forte, intensa. A realidade apenas serve para me retirar desse estado de espírito que me faz voar. A realidade só serve para me afastar do sonho que tu és e que sempre foste. Um sonho…Mas que eu tanto gosto de sonhar…

Dói acordar e ver que não existes dentro dessa realidade em que me obrigam a viver. Dói sentir que só em sonhos te poderei rever nos braços meus. Dói-me saber que tenho de acordar e dizer-te Adeus…