Sunday, January 21, 2007

I'm still here

Não sei por quanto tempo estarei ausente. Até lá...



(Tom Waits/Kathleen Brennan)

You haven't looked at me that way in years
You dreamed me up and left me here
How long was I dreaming for
What was it you wanted me for

You haven't looked at me that way in years
Your watch has stopped and the pond is clear
Someone turn the lights back off
I'll love you 'til all time is gone

You haven't looked at me that way in years
But I'm...still...here

Tuesday, January 16, 2007

Talvez percebas porque vivo em sonhos

Meu Amor,

Não sei se sonho enquanto te escrevo, se escrevo enquanto te sonho. De qualquer das maneiras, com a realidade é que eu não quero nada. A realidade traz consigo as regras, os códigos de conduta, o possível – e nunca o impossível que é o que eu quero – a racionalidade, os juízos de valor. E, pior do que isso tudo, não te traz para perto de mim.

E eu, como apenas quero Amar-te – não vejas neste apenas algo dimunitivo. Antes pelo contrário – prefiro entreter-me com os sonhos. Pelo menos neles eu posso Amar-te à minha vontade. Posso exagerar, posso radicalizar, posso fazer o que me der na real gana, posso me entregar todo, inteiro, de corpo, Alma, vida e sonhos inclusive. E posso ter-te ao meu lado no momento em que eu quiser.

Já sei que estarás com os teus pensamentos racionais a pensar nas conseqüências disto e daquilo. Que o acordar será ainda mais difícil, que depois desse sonho a realidade parecerá negra, que corro o risco de me perder nessas ilusões que eu crio. E daí? Não percebes que a realidade para mim é simplesmente vazia? Que os dias passam pelo meu corpo e que a minha Alma vai definhando cá dentro. À espera...

Uma das vantagens desta forma estranha de Amar é que, apesar das tuas vontades, da tua racionalidade, da tua férrea vontade de me resistir, neste Mundo quem manda sou eu. E aqui serás sempre subjugada pela minha capacidade de sonhar. E eu sonho...Sonho que te Amo. E Amo...Tu sabes que eu te Amo. Sabes tão bem quanto sabes que existem Amores verdadeiros. Que suportam e vencem tudo.

É bom sonhar...Às vezes é o único caminho. Às vezes nada mais faz sentido. Às vezes é o único meio de sorrir. Então...esquece o Mundo. Por um dia, por uma hora, por um segundo. E sonha...E deixa-me sonhar contigo...

Wednesday, January 10, 2007

Carta Aberta

Quando em tempos idos criei este espaço, era apenas o MEU espaço. Um segredo que guardava a minha intimidade, um escape para todo o meu sentir, um museu para algo que eu outrora julgava que me pertencia apenas a mim. Ou também ao destinatário das minhas missivas.

Não imaginava esse refúgio a ser visitado, não me via a partilhá-lo com desconhecidos, não procurava nada nem ninguém. Criei este espaço para desabafar, para poder ouvir o eco do silêncio que ressoava após a libertação das minhas palavras.

Aos poucos fui revelando o que guardava cá dentro, convidando pessoas a visitar extratos do meu coração, a sentirem as minhas palavras, a lerem os meus sentimentos.

Não o fiz por vaidade, pela popularidade barata que todos nós procuramos, para ouvir elogios ou ser admirado. Fi-lo porque preciso de sentimentos à minha volta, preciso de sentir que toco as pessoas, preciso de as tocar. Nada mais me importa.

Em nenhum momento deixei de sentir o que escrevi. Por mais olhos que me olhassem, consegui sempre abstrair-me deles ou, pelo menos, não deixei que estes interferissem na minha forma estranha de sentir. Pelo contrário, deixei que os sentimentos que pairavam à minha volta me inundassem de mais e mais sentimento. Como se tudo fosse uma gigantesca sede de Amar que eu sei nunca será saciada.

Procurei-vos, sim. Porque preciso de Amor. Porque preciso de ser sentido. Porque preciso de ser Amado.

Haverá algo mais importante do que isso?



Elvis Costello – I Wanna be loved


Why must I be so lonely?
When so many people pass me by
I’ve been waiting for oh so long now
And yet I’m unable to answer why
I can’t be made to give up now
Can you find room for me
In your heart somehow?
I wanna be loved
I just wanna be loved

I guess I’m a victim of loneliness
But why should this be my destiny?
A foolish man for a lot of my life
Shouldn’t there be someone
Someone for me?
I hope and I pray some happy day
That I’ll be around to hear you say
I wanna be loved
I just wanna be loved

Monday, January 08, 2007

Com o coração nas mãos

Minha Adorada,

Escrevo-te com o coração na boca. Ou nas mãos. Ou na ponta dos dedos. Cá dentro deste tórax vazio e insensível é que ele não é aproveitado. Não para o que deve...Para bombear sangue lá vai servindo. Mas de que me serve o sangue a correr se eu não tiver Alma que o aqueça?

Por isso, olha, ponho o coração naquilo que te escrevo, naquilo que sinto, na forma como vivo, tento viver, ou finjo que vivo. É para me sentir vivo, percebes? Se não fosse por isso mais me valia que me fechassem já numa vala escura e fria. Qual é a vantagem de se ver a luz do dia se não se tiver Amor? Vês alguma? Se vires diz-me, pois eu dedico-me demais ao Amor...

Mas deixemo-nos de mágoas, de pensamentos tristes, de lamentos, de fados. Se eu tenho o coração ao pé da boca – do lado de fora entenda-se – é por alguma razão. É para to entregar. Prometo que o embrulho direitinho. Posso até colocar-lhe um lacinho cor de rosa se te fizer feliz. Ou até dentro de uma caixinha que possa parecer uma caixinha de bombons. Para te aliviar do desconforto de andares com um coração nas mãos pela rua afora. O que haveriam de pensar de ti?

Provavelmente pensarás: para que raio quero eu um coração? Pois bem, este terá multi usos – como convém neste mundo de multi funções – e pode (deve) ser por ti usado a teu bel prazer. Como? Já te explico...se tiveres paciência...

Converter-se-á em gestos de carinho nos momentos em que te sentires carente. Dirá as palavras mais sentidas do Mundo e as que no Mundo mais te farão sentir. Fará com que olhes para a vida com outros olhos, as cores brilharão, a luz ganhará novas formas, o dia a dia parecer-te-á mágico. Será o complemento que precisas (deixa lá os complexos vitamínicos...é disto que precisas...) para sobreviveres.

Tem muito mais funções, mas caber-te-á a ti descobrir umas tantas, pois só tu saberás tirar partido dele. Tem, no entanto, algumas contra-indicações – conheces algo que não tenha? – e eu, como pessoa correcta que sou, previno-te desde já. Pode ser viciante. Pode levar-te a confundires sonhos com realidade e vice-versa. Pode te dar uma sensação de sobre-poder. Neste último caso há quem diga que não é só sensação...

Enfim, julgo que as benesses que te trará são incomparavelmente superiores às eventuais contra-indicações. E o preço a pagar? Ridículo! Irrisório. Insignificante!

Só lhe tens de dar carinho, alimentá-lo com Amor verdadeiro e, claro, não me contentarei com menos do que a tua Alma. Não te assustes...não sou um mafarrico qualquer que ande por aí a angariar Almas para as levar comigo. Simplesmente preciso da tua Alma para não me sentir tão desalmado.

Preciso da tua paixão, do teu fogo, do teu calor, do teu Amor para sobreviver. Só isso. Nada mais. Parece-te uma troca justa? Juro-te que o meu coração compensar-te-á e que, no final das contas, seremos um só.

Thursday, January 04, 2007

A carta que eu te responderia...

Querida,

Uma vez que a tua carta me veio parar às mãos, não sei se fruto do acaso ou do destino, sinto-me forçado a te responder. Não por qualquer obrigação que tenha (não tenho) ou por qualquer dever moral que não procuro. Mas porque me tocaste. Porque me sacudiste no momento exacto. Porque sem o saber salvaste a minha vida. Ou a minha Alma. Ou os dois juntos...

Acordaste-me de uma letargia em que me encontrava. Fizeste-me voltar a acreditar na vida, nos sentimentos, no Amor. Fizeste-me sorrir...

Eu, que andava perdido nos desencontros do Amor, encontrei-me nas tuas palavras, no teu desabafo, nos teus apelos. Eu, que andava descrente de mim, ganhei uma nova fé. Eu, que via passar o tempo sem nada fazer para o agarrar, ordeno-lhe agora que pare!

Porque agora? Porque agora quero olhar-te fundo nos olhos, quero segurar-te nas mãos como se disso dependesse a minha vida, quero que te recostes no meu corpo. Sem uma só palavra...Palavras para quê? Quero tactear cada centímetro do teu corpo na busca da tua Alma. Quero que saboreies todo o Amor que eu te posso dar. Em forma de beijos, carícias, momentos únicos e arrebatadores de paixão. Quero entrar dentro de ti. Devagar, sem pressas, procurando no fundo do teu corpo saciar a tua e a minha sede. Não apenas a sede de um mero prazer carnal, mas a sede de um Amor eterno.

E nesse momento – se tal me fosse concedido – sei que o tempo pararia, que encontraria o meu caminho e que, por ter encontrado a felicidade, poderia então morrer em paz...