Monday, April 30, 2007

Até parece


Marisa Monte

Até parece
Que não lembra que não sabe
O que passou
Não faz assim
Não faz de conta que não pensa
Em outra chance para nós dois
Olha pra mim
Não me torture, não simule
Não me cure de você

Deixa o amanhã dizer
Deixa o amanhã dizer

Tuesday, April 24, 2007

Quando o silêncio é tudo...

Minha Querida, sempre Querida,

Aqui estou sentado em frente ao frio e cru computador. Preso a ti. Preso ao teu silêncio. Preso ao Amor que te prometi. E nunca se devem quebrar promessas de Amor, dizem.

Fecho os olhos para que o coração fale mais alto. Fecho os sentidos para que a minha Alma escreva as palavras que a razão preferiria esconder. Fecho-me do Mundo para que possa estar mais perto de ti. Deixo que invadas todo e qualquer sentimento que possua e sinto o coração verdadeiramente repleto de uma emoção que ameaça transbordar. Por isso te escrevo. Para não rebentar por dentro. Para não infectar. Para não perder o teu Amor.

Amo-te. Creio que o sabes tão bem quanto eu o sinto. Não é de hoje, não é de ontem e, seguramente, não morrerá esta Amor de um dia para o outro. Ousaria dizer que não morrerá nunca, mas que sei eu do sempre?

Pudesse eu dizer-te o quanto te Amo a toda a hora, gritando-to, sussurrando-to, mostrando-to e não precisaria usar estas palavras que me descobrem por aí. Mas, meu Amor, o silêncio que tenho é tudo o que me resta, é tudo o que me sobra de ti. É, por isso, a esse silêncio que me agarro com todas as forças que ainda tenho.

Trocava esse silêncio todo por um sorriso teu. Mas, condenado que estou a não ver o teu sorriso, acarinho o silêncio que me deixaste como a mais bela recordação que guardo no baú de memórias que fizeste questão de me oferecer. É nele que te posso reencontrar. É nele que te posso Amar à minha vontade e ao meu bel prazer.

As lágrimas que teimo em não verter caiem cá dentro inundando a minha Alma. Tal como o silêncio, espero que estas possam fazer crescer flores que eu possa te devolver.

É estranho como me ocupas a vida, a Alma, as letras e as palavras. Só não preenches o silêncio onde agora vives...

Monday, April 16, 2007

O verdadeiro Poeta Aprendiz

Para quem estivesse curioso sobre quem é o Poeta Aprendiz...

Este era o verdadeiro... Eu sou só aprendiz de Aprendiz


Poema autobiográfico de Vinicius de Moraes musicado por Toquinho
Versão e desenhos de Adriana Calcanhotto

Ele era um menino
Valente e caprino
Um pequeno infante
Sadio e grimpante
Anos tinha dez
E asas nos pés
Com chumbo e bodoque
Era plic e ploc
O olhar verde gaio
Parecia um raio
Para tangerina
Pião ou menina
Seu corpo moreno
Vivia correndo
Pulava no escuro
Não importa que muro
Saltava de anjo
Melhor que marmanjo
E dava o mergulho
Sem fazer barulho
Em bola de meia
Jogando de meia-direita ou de ponta
Passava da conta
De tanto driblar
Amava era amar

Amava Leonor
Menina de cor
Amava as criadas
Varrendo as escadas
Amava as gurias
Da rua, vadias
Amava suas primas
Com beijos e rimas
Amava suas tias
De peles macias
Amava as artistas
Das cine-revistas
Amava a mulher
A mais não poder
Por isso fazia
Seu grão de poesia
E achava bonita
A palavra escrita
Por isso sofria
De melancolia
Sonhando o poeta
Que quem sabe um dia
Poderia ser

Friday, April 13, 2007

Porque eu sei que também me Amas...

Meu Amor,

Sabes que até eu, raras vezes admito, me vejo levado a pensar no quão ridículo sou por te escrever tantas cartas de Amor. Não que eu não o sinta, antes pelo contrário, sinto porventura muito mais do que as minhas pobres palavras são capazes de transmitir. Mas porque não sei para quem escrevo, já que nada me respondes que me faça ter a certeza que és mesmo tu Aquela que eu Amo.

Bem sei que o Amor que te tenho, que te devoto e que te prometi outrora é (ou deveria ser) incondicional, eterno e imutável. Mas também sei o quanto gostaria de ouvir da tua voz ou das tuas letras o Amor que também me prometeste. Prometeste? Ou fui eu que inventei essas promessas?

Nessas raras vezes em que me sinto ridículo, dou por mim a tentar descobrir as razões que tens escondidas e que te levam a esconderes-te de mim. Sim, porque nunca me passaria pela cabeça que simplesmente tivesses largado o Amor que me tinhas nalgum canto escondido e sujo.

Confesso-te que nunca encontro qualquer razão suficientemente lógica ou plausível. Nenhuma que fosse capaz de subjugar o Amor que vivemos noutros tempos.

Daí que, na ausência de respostas lógicas, a resposta menos óbvia é a verdadeira: ainda me Amas. Nunca me deixaste de Amar. Talvez dessa forma consiga explicar um Amor que persiste em me marcar e não me largar. Talvez dessa forma não me sinta tão ridículo.

Não quero, pois, saber os porquês do teu silêncio. Um dia mos revelarás. Olhos nos olhos. Até lá...sabes bem que eu te continuarei a Amar. E a escrever mil e uma cartas de Amor. Sejam estas ridículas ou não, como o meu Amor, serão sempre, sem qualquer dúvida, o espelho de quem escolheu morrer de Amor.

Tuesday, April 10, 2007

Nem sempre penso em ti. Só quando existo...

Nem sempre penso em ti. Só quando existo...

Minha Querida, ai minha querida,

Tu sabes, tão bem quanto eu, o quanto sou exagerado, como transformo, quase sem o saber, um leve sentimento numa grande paixão. Tu sabes que para mim basta ouvir a palavra certa dita no momento apropriado para eu me cativar. Tu sabes quão grande é a minha sede pelo Amor. Tudo isso, que tu tão bem sabes, seria por si só suficiente para que eu me questionasse em relação aquilo que tu significas para mim.

Será do meu exagero? Do teu encanto? Da minha sede de Amor? Do destino? Do triste fado? Do acaso... como se o Amor fosse obra do acasso...

A verdade, minha querida, mesmo que possa nada ter de verdadeiro, é que estás permanentemente presente na minha vida, no meu pensamento, no meu coração. Em cada palavra que uso, em cada frase que procuro, encontro sempre o teu nome. Escondido, oculto, como se de uma assombração se tratasse. Em cada pedra do caminho sinto a tua presença, apareces nos meus sonhos, ouço a tua voz no vento que sopra ao final da tarde, sinto a tua mão a tocar-me através dos raios de Sol que me aquecem o corpo sem me tocar a Alma.

Percebo agora – já o tinha percebido mesmo que não o soubesse – que me acompanhas para onde quer que eu vá. Porque fazes parte da minha vida? Porque eu sou simplesmente exagerado? Porque aquilo que eu sinto por ti é aquilo a que chamam Amor eterno e verdadeiro? Porque me condenaste?

Eu só queria ser Amado. Como tantas pessoas o sonham. Não sou nem mais nem menos do que os outros. Queria poder fazer-te feliz. Queria fazer-te sorrir todos os minutos em que estivesse ao teu lado. Se eu estivesse ao teu lado...

Assim, limito-me a pensar em ti, a viver-te no meu pensamento. Não o faço por vontade, acredita. Faço-o porque já não me é possível viver sem ti...