Friday, November 15, 2013

Há muitos ontens atrás...

Minha Querida,


Hoje, ou mais precisamente ontem, ou há bocado, se preferires, toda a minha vida sofreu um abalo, um forte abalo. Creio que a tua também...se bem que a tua foi sofrendo aos poucos e eu só acreditei quando vi o barco em pleno naufrágio...

Ainda não sei bem o que sinto. Não posso nem quero guardar em mim qualquer mágoa, rancor, ou raiva em relação a tudo quanto se passou. Não me fará bem. Enquanto tiver forças agarrar-me-ei ao Amor que te tenho e com o qual não tenho sabido lidar. Ainda acredito em nós – mesmo que seja uma crença baseada no meu coração sonhador e pouco racional. A razão...está a deixar-me ir...Acredito que podemos vir a ser felizes, que te posso vir a fazer feliz. Como já fiz. Como nunca fui capaz de fazer.

Acredito que toda esta provação será a prova derradeira que valerá a pena enfrentar tudo e todos pelo teu Amor. Por ti. Sei que corro um sério risco ao apostar tudo o que tenho e o que não tenho neste Amor. Sei que posso perder um equilíbrio que muito a custo me custou a manter. Mas, se eu me limitar a cruzar os braços e esperar que o tempo passe, que o tempo cure, que o tempo encontre soluções que eu não quis procurar, estou certo que me arrependerei amargamente o resto da vida. Como te disse, não quero guardar esse amargor na boca para o resto da vida.

Prefiro Amar. Amar estupidamente, Amar sem razão, Amar de uma forma perdida e irracional. Amar como se fosses – e agora, ironicamente és – a única razão que tenho para a minha vida.

Não quero pensar no Mundo que nos rodeia, no que este ou aquele pensarão do meu comportamento, no que será da minha vida depois de tudo isto. Não quero sequer pensar naquilo que pensarás (sentirás) a meu respeito. Quero Amar-te independentemente do que me Ames.

Mas tenho medo...Tenho medo de te perder. Tenho medo de olhar par ti e ver no fundo dos teus olhos, da tua Alma, um sentimento que não corresponde ao Amor que e acredito que estamos destinados a viver. Ver que sou apenas mais uma pessoa na tua vida. Uma pessoa importante, uma pessoa que prezas, uma pessoa que admiras. Não sei se conseguirei viver com isso. Por isso tenho medo...

Só que quero enfrentar todos esses medos, quero mostrar todas essas fragilidades que aparentemente tento esconder. Quero colocar-me de peito aberto à tua frente à espera da bala final. Recebê-la-ei de olhos abertos, consciente do preço que pago porque não te soube Amar.

Nunca te condenarei, nunca te renegarei, nunca te guardarei qualquer rancor. E sei que te Amarei para sempre. Será suficiente para seguir a minha vida? Espero que sim...No entanto, ainda tenho em mim essa esperança oculta que tudo não passe de um sonho e que amanhã, como sempre, acordarás ao meu lado...Sempre tive uns sonhos tão estranhos...


Amo-te muito...

Monday, May 06, 2013

Não penses que desaprendi a escrever


Não penses que desaprendi a escrever. Que já não sei desenhar letras, montar palavras, construir frases. Sei tanto quanto sabia quando as palavras fluíam na minha vida. Talvez saiba ainda mais hoje. Talvez, por isso, não escrever seja uma decisão deliberada. Uma opção de vida.

Não quero mais ouvir as minhas palavras. Não quero compreender o que me tentam dizer. Todas as palavras têm o teu nome inscrito. Mesmo aquelas que nada têm a ver contigo. E em todas as palavras – as minhas, claro – está implícita a tua partida, a minha solidão, a nossa saudade.

Se eu não as ouvir, talvez não as sinta. E não as sentindo, talvez me esqueça. E esquecendo-me, pode ser que consiga respirar. Para poder viver…

Se eu as ouvir, terei de lhes explicar os porquês da vida. Os porquês da tristeza. Talvez até tenha de lhes dar um rumo. Mas eu nem sequer sei qual é o caminho! Como poderei eu responder aos porquês da vida?

Deixem-me estar no silêncio pacato de quem não sabe o que quer. Se eu não as quero ouvir, que me deixem em paz. Triste por triste, prefiro ficar triste por não escrever, do que triste por descobrir que tudo em mim falhou…

Friday, March 15, 2013

Príncipes e Princesas


É claro que mereces Príncipes e Princesas. Castelos no alto das montanhas, envoltos em nuvens cor-de-rosa, erguendo-se acima do céu. Cavalos brancos, talvez com asas, que te transportem para o mundo onde pertences. Mereces ao mesmo tempo a cabana simples e humilde escondida entre as árvores de uma floresta encantada repleta de duendes, animais falantes e flores de mil e uma cores. Mereces Fadas a esvoaçar à tua volta, de asas brilhantes, sorrisos ternos e com pós de perlimpimpim que te fazem voar. Mereces monstros que te engulam para te proteger. Mereces o Sol e tudo o que lhe está inerente: a luz, o calor, as cores e a vida. Mereces a Lua e tudo o que esta influencia: o Mar, a água, a poesia e o Amor…Mereces todos os sonhos perdidos, todos os sonhos conquistados. Mais do que qualquer outra pessoa, mereces os teus sonhos. Mereces transformá-los em realidade. Não por qualquer gesto de magia ou ilusionismo, mas porque para isso nasceste. E porque os teus sonhos realizados fariam o mundo melhor…

Todas as Histórias de Amor são tuas por direito próprio. As que foram contadas, as que ficaram escondidas vidas inteiras, as sonhadas, as que ninguém sequer ousou sonhar, as proibidas, as mais simples. Todas. Reservo para ti as que têm um final feliz e deixo comigo as que terminam mal, porque não te quero a chorar. E eu…já nem sequer sei chorar...

Tens de continuar a acreditar em beijos que transformam sapos em Príncipes e acordam Princesas adormecidas. Porque eles existem. Por ti, existem. Porque tu existes.

Sim, tens todo o direito ao “viveram felizes para sempre”, a um Amor forte e verdadeiro que vença todas as adversidades da vida, que não se renda, que não se acomode, que não se acobarde. Que enfrente o Mundo, os gigantes, os homens maus. Que grite aos quatro ventos, mas baixinho e discretamente, o quanto te Ama. Sim, os teus sonhos podem, devem e converter-se-ão na mais doce realidade. Beijos, sorrisos, mãos dadas, algodão doce, banhos de espuma, gorros, lareiras, chocolate quente, cheiros, abraços. Tudo isto tem um nome. O teu nome.

O teu coração é uma preciosidade e uma raridade. É uma dádiva de Deus ao Mundo e seria um pecado capital deixarmos de n’Ele acreditar (n’Ele teu Coração e não n’Ele Deus). No meio de tanta fé que vou perdendo, resiste em mim uma enorme fé em ti e no teu coração. Nasceste para mudar as pessoas e para mudar o mundo. Nasceste para fazer de nós, comuns mortais, pessoas melhores e para fazer do mundo um lugar mais bonito para se viver. Por isso acredito em ti. Muito. Sempre. Porque tu és especial. Porque tu és o Amor.

Por mais tristes que sejam os meus dias por estar longe de ti, tenho um calor cá dentro que vem do Amor que sempre me soubeste dar. E que, para o que der e vier, acho que fez de mim uma pessoa melhor…