Thursday, November 16, 2006

Adeus...

As horas, os dias, as semanas e os meses passam e nada apaga a imagem da tua partida. Aquele singelo momento pareceu demorar uma eternidade. Talvez por isso faça sentido que eu soubesse, sem o saber, que aquela partida era a derradeira, que significava o final do caminho que havíamos percorrido juntos.

E, no entanto, nada parecia demover a magia que existia entre nós, nada parecia apagar a chama que nos uniu e, entretanto, separou. Os nossos olhos procuraram entre si uma solução, uma fuga, um caminho que nos permitisse manter vivo aquele Amor. As nossas mãos procuravam agarrar-se uma à outra, numa tentativa vã de segurar a réstia de esperança que nos mantinha sorridentes, da mesma forma como um moribundo se agarra ao último sopro de vida. Sabendo que nada há a fazer senão desistir, mas tendo uma força interior que obriga a lutar.

Pedi-te tantas vezes que não partisses...E quando te fazia esse pedido não pensava naquele momento, mas sim em todo o percurso que a ele se seguiria e que eu seria obrigado a fazer sem ti. Porque sabia que tencionavas partir, porque sentia que querias fugir de mim, porque pressentia que te perdia naquele momento.

Os minutos empurravam-se uns aos outros e eu via-os a passar por mim levando com eles o meu sorriso, a minha alma, a minha luz e a minha vida. Assim, desta forma...E por muito que eu tenha feito para o evitar, a verdade é que nada fiz. Segurei-te a mão. Por quanto tempo? Por muito pouco...

Os teus dedos foram-se soltando aos poucos e eu limitei-me a ver-te partir. Por uns instantes ali fiquei, preso aquela despedida, na esperança pouco sincera que algo te fizesse voltar atrás, na esperança ténue que tudo se resumisse a um até breve e não a um Adeus.

Desde então o tempo tem tentado enterrar aquele momento na cova das recordações. Só que, por alguma razão que desconheço – ou que conheço mas que já não quero partilhar – tantas vezes regresso ao mesmo lugar, ao mesmo momento. Na esperança que voltes atrás, na esperança que te impeça de partir, na esperança de reencontrar algo de mim que ali perdi...

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