(título "roubado" ao Soneto da Separação de Vinicius de Moraes)
Meu Amor,
Talvez não acredites naquilo que te escrevo. Talvez não acredites porque me lês à distância e não consegues ver o meu olhar que tudo certificaria. Talvez não acredites porque o teu coração magoado e sofrido perdeu tanta da fé que tinha outrora que hoje é só hesitação e medo.
Mas a verdade, aquela que eu te escrevo e que o coração me dita, é que foi tudo assim, de repente, inesperado, súbito. Como um tremor de terra que nos abala o corpo e as estruturas de betão armado, desta vez foram os nossos corações abalados por alguma coisa que ainda não tem qualquer escala de medição (julgo eu) assim tipo Richter.
A grande diferença entre este abalo e os sismos terrestres é que no primeiro caso os efeitos permanecem e custam a desaparecer. E olha que não te falo de quaisquer consequências nefastas como ondas gigantes ou edifícios que desabam. Falo da sensação do tremor cá dentro, da bola no estômago, do coração descompassado e com arritmias, da impressão de estarmos virados de pernas para o ar.
Já tentei de tudo para escapar a estes sintomas: respiração com o diafragma, exercícios de ioga, analgésicos, calmantes, até fumei um cigarro imagina tu, nos dias que correm, um cigarro!!!! Nada funcionou. Estou certo que só o teu olhar me curará deste mal que me atingiu tão repentinamente. Que os teus beijos acalmarão o meu espírito. E que, ainda que me vires de pernas para o ar, será o teu corpo encaixado no meu que saciará finalmente o meu ser.
5 comments:
O amor é como as leis da Mãe Natureza: com uma força incontrolável e impresivível!
Beijo fofo
CARAMBA !!! Dizem que as palavras valem o que valem ... mas, há palavras e palavras ... as tuas têm tanto de aliciador como de assustador ... procuro-te para te ler e fujo quando te leio ... hoje escrevo quando acho que devia calar !
... como sao poderosas as tuas palavras pela sensação que provocam a quem as lê ...
(hoje não assino)
Não sei se quero esse terramoto de sensações, se não quero...
É que não sei, mesmo!!!
Bjinhos
olá. gostei do teu blog e desta carta cheia de amor e romantismo.
eu tmb tenho um blog com poemas de minha autoria e com algumas fotos minhas tmb. se kiseres dá uma olhada.
http://paixoeseencantos.blogs.sapo.pt
bjo
Carla Granja
O abalo que o amor destroçado ou abandonado deixa dentro de nós, são muito superiores às marcas de qualquer terramoto.
Ainda não há forma de reconstruir um coração... talvez apenas de o remendar... com outro amor, mas as cicatrizes ficarão sempre!
Um beijo
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