Monday, August 23, 2004

Para a mulher da minha vida...

Mulher da minha vida,

Acredito que nem tu saibas que és a mulher da minha vida...Se eu o não sei, como é que haverias de ser tu a decifrar este meu coração que mais não é do que uma máquina encriptada que nem eu mesmo consigo entender. Mas és...

Decerto perguntar-te-ás como é que eu, que não tenho certeza de nada, muito menos de seres a mulher da minha vida, digo-o e afirmo-o tão peremptoriamente. Estarei a ser contraditório? Obviamente que sim...Quando o não fui? Por isso tenho tanta certeza...

Se eu afirmasse que eras a mulher da minha vida e racionalmente o comprovasse, com mil e uma teorias, com equações, com teoremas, com argumentos que fizessem com que até eu, que duvido de tudo, acreditasse em mim próprio, aí sim teria as maiores dúvidas. Assim como assim, não tenho a certeza que o sejas, por isso posso senti-lo. Não sei porque é que o digo, simplesmente apeteceu-me dizê-lo. Apeteceu-me escrever-te esta carta só para to dizer: és a mulher da minha vida. Sabe-me bem escrever estas linhas e puder admitir assim sem sequer pensar no que estou a escrever. Queres declaração de Amor mais genuína?

Poderia escrever Odes de Amor, pensar poemas - que, só por essa razão não seriam grandes poesias -, fazer-te discursos. E de que valeria tudo isso? Feitos com a cabeça e sem alma? Deixa-te disso. Para que precisas disso quando és a mulher da minha vida? Podes estar certa disso, mesmo que eu o não esteja.

O Amor...Ai, o Amor...Quem me dissesse que a sua força era tanta chamar-lhe-ia mentiroso. Ou mentirosa se fosses tu. Mas eu vivo-o. Ou sinto-o, se preferires. Deu-me tudo, tirou-me tudo. Voei e caí. Voltei a voar e voltei a cair. O que me sobrou? Tudo o que sou...Valho alguma coisa? Não sei...terás de ser tu a responder. Afinal és tu a mulher da minha vida...

3 comments:

Anonymous said...

...

Rita said...

Gostaria de um dia ser essa mulher que passou na tua vida...
Sempre que te leio sinto que me escreves... beijos
persefone2012@hotmail.com

P. Martins said...

boa literatura, parabéns!