Monday, September 21, 2009

Carta alheia

As palavras que me escreveste tocaram-me. Como todas as outras que por vezes calas e que eu tenho de ler nos teus olhos. São as tuas palavras, são pedaços dos sentimentos que tu reservas para mim, são pedaços do Amor que é nosso, exclusivamente nosso. Sorvo essas palavras uma a uma, deixando que façam efeito sobre o meu peito, enchendo-o de emoção. Porque é isso que fazes: preenches-me, completas-me, dás um sentido ao coração que já não é só meu, mas que também te pertence.

Sem dar por isso acho que respondi ao que me perguntaste. Não, não fomos companheiros ocasionais de viagem. Sabes bem que somos bem mais do que isso. Mesmo quando o teu coração se enche de dúvidas, mesmo quando os ciúmes te perfuram a Alma, mesmo quando me procuras e não encontras. Mesmo quando o céu se cobre de nuvens e não vês o Sol, sabes que ele lá está. Por isso sabes bem o quanto te Amo, sabes que este Amor que te devoto não tem prazo de validade nem final previsto. Amo-te ponto. A partir desta palavra, deste sentimento, desta partilha, tudo se poderá desenhar, tudo se poderá construir. Mas o Amor propriamente dito, esse, manter-se-á inabalável. Porque é isso que distingue um Amor de verdade de uma paixão passageira.

Se eu tivesse a faculdade de dissecar o meu coração, deixando expostos todos os meus sentimentos, terias a oportunidade de ver com os teus próprios olhos a sinceridade daquilo que te escrevo. Poderias comprovar o quanto te Amo, o que significas para mim e, mais do que tudo, como és essencial para o pulsar daquele órgão que, dissecado, continuaria a bater por ti.

Queria ser capaz de preencher todo e qualquer vazio que te causasse medo. Queria ser capaz de te orientar, dar sentido à tua vida e um destino à nossa viagem. Queria ser capaz de ocupar cada pedacinho de ti, estar em ti a toda a hora e a todo o momento. Mas a vida é feita de procuras, buscas, caminhadas. E os vazios, os medos e as dúvidas fazem parte essencial e determinante da vida. Por isso sei perfeitamente que, por maior que fosse esta minha vontade, precisarias sempre desse vazio para me encontrar, para me procurares. Se calhar é esse o mistério do Amor.

Meu Amor, perdoa-me se eu não pude estar sempre presente, perdoa-me os meus silêncios, as minhas distâncias, os meus vazios. Nada posso fazer para apagar esses males que te possa ter causado. Apenas te posso dizer que nunca estivemos verdadeiramente sós ou separados. Carregamo-nos um ao outro no sentimento que é só nosso e só esperamos que a alegria do momento do reencontro suplante e apague a tristeza da saudade.

Amo-te muito.

1 comment:

Coluna Baby Garroux said...

Vc é uma alma vida. Amei tudo. Baby Garroux do Brasil