Monday, May 08, 2006

Contigo e sem ti...

Meu Amor,

Tinha-me prometido que não mais te voltava a escrever. Mas hoje não fui capaz de manter a promessa. Hoje, algo me fez pegar nas palavras para te dizer algo. Ou para libertar algo de dentro de mim, já que o teu afastamento impede que ouças o que eu gostaria de te dizer.

Há muito que não estás na minha vida. Nem perto nem distante, nem íntima nem afastada, nem atenta ou distraída. Simplesmente não estás. Não existes. Não respondes aos meus apelos, às minhas queixas, aos meus desabafos. Evaporaste-te por completo. Quando eu me havia habituado à tua presença.

Doeu...Acho que nunca saberás como me doeu. Como me custou olhar à volta, procurar-te e nada mais encontrar a não ser o silêncio e vazio que deixaste no teu lugar. Depois da angústia e da dor, seguiram-se a revolta e o desespero, até chegar à resignação e à aceitação. Em todos esses momentos eu tinha esperanças, que mais não eram do que sonhos. Sonhos que eu sonhava no meu íntimo, quando estava só, quando talvez ainda te procurasse. Sonhos que nunca foram mais do que isso – porventura como o Amor que vivemos – e que a realidade se encarregava de desmentir. Diaria e constantemente.

De tanto me convencer que nada te tiraria dos sonhos, fui desistindo de sonhar. Ou então passei a sonhar com situações mais inócuas, mais vazias, mais inofensivas. E então, até nos meus sonhos começaste a desaparecer. Não por minha vontade, mas porque até os sonhos se cansam de sonhar em vão.

Se por um lado o teu desaparecimento ia-se tornando uma fonte de tranquilidade que eu necessitava para viver a vida, nada nem ninguém supria o vazio que ainda tinha (e tenho). E então o meu coração, sedento de Amor, sedento de Amar, sedento de vida, abriu-se ao Mundo, na esperança que o Mundo lhe desse uma solução.

Foi então que alguém surgiu. Alguém que brilhou como tu brilhaste, alguém que me encantou como tu encantaste. E pensei que nada mais te traria de volta...

Foi nesse exacto momento que constatei que nunca havias desaparecido, que deixaste alojado no meu coração um veneno mortal. Que me impede de viver, que me impede de Amar.
Não sei até onde irá a tua perfídia. Sei que é difícil viver contigo...sem ti...

4 comments:

Anonymous said...

y al mar espejo de mi corazón las veces que me ha visto llorar la perfidia de tu amor...

Alma de Poeta said...

É isso, ninguém desaparece para sempre. Sempre ficam as boas e as más recordações, e precisas-te desabafar neste texto.

Anonymous said...

mesmo muito bom

Anonymous said...

Realmente um desabafo. Profundo. Das profundezas da Alma.............................................................