Eurídice,
Decerto te perguntarás porque te escrevo. Qual é a motivação deste coração perdido? De onde vem esta obstinação, teimosia, persistência, loucura até?
Confesso que muitas vezes penso em desistir, em deixar que a realidade tome conta de mim, em aceitar aquilo que a vida me retirou. Mas há algo mais forte do que a distância, do que o tempo, do que a morte, do que a minha própria vontade. Há algo que me impele a escrever. A escrever para ti.
Não sei se lhe poderei chamar Amor, afinal nem sequer sei se sei o que é o Amor. Sei que é em ti que me completo, é em ti que encontro a Paz, é em ti que descubro a inspiração que faz de mim uma pessoa diferente, melhor.
Sem ti sou só uma pessoa banal, normal, corriqueira. Sem destino, sem caminho, perdido nesta desventura que é a vida.
Por isso me condenei a escrever-te. Por isso me condenei a dedicar-te parte da minha vida. Por isso vivo condenado pelos grilhões da tua ausência.
É que - sabes? – por mais dura que pareça esta condenação que eu próprio me impus, mais triste seria se estivesse totalmente liberto de ti. Ao menos desta forma estás comigo...
Orfeu
1 comment:
Não sabes o que é o Amor?!
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