Julieta,
Tinha tanto para te dizer. Tinha tanto para te mostrar. Mas não te vejo...Não sei onde estás...
Os meus olhos já se cansaram de te procurar. Os meus sentidos e a razão dizem-me para desistir, mas o meu coração...esse tonto...insiste em ficar à tua espera. Insiste em permanecer, tal qual cão fiel e obediente, a olhar para uma porta, pela qual eu sei perfeitamente que nunca entrarás. Mas o meu coração...esse acredita. Por vezes sorrio compadecidamente e tenho pena dele. Noutras ocasiões dou por mim a ter pena da razão e de todas as pessoas que se subjugam a ela e não conseguem olhar o que os olhos não vêem. Ou a ter pena de mim...
Mas o problema é que eu tenho cá dentro tanto para te dar. Em palavras, em gestos, em carinho, em manifestações de Amor. O que faço? Não posso abdicar de tudo o que sinto. Ou, pior ainda, não posso deitar tudo ao Mar ou entregar a outra que não seja a destinatária destas afeições. Mas se os retiver cá dentro, esses sentimentos estagnam, esmorecem, apodrecem.
Então escrevo-te. Escrevo-te como se soubesse que agora mesmo lerias estas linhas. Escrevo-te como se tivesse a certeza que sentirias tudo o que sinto. Escrevo-te como se as palavras se transformassem em Rosas, as frases em beijos e o texto numa forma que encontro de expressar o meu Amor.
Podes questionar se te Amo. Alguma vez deixei de te Amar? Eu sinto-te dentro de mim, como se vivesses ao meu lado. Sinto-te dentro de mim, como se te desse a mão enquanto me deito. Sinto-te dentro de mim como se fizesse parte da tua vida.
Só que às vezes a realidade surge como um pesadelo fantasmagórico que me mostra o Mundo sem ti. A realidade da tua ausência surge como a sombra que apaga a tua presença no meu coração. A realidade esforça-se por mostrar como o meu coração é ridículo por esperar por ti. Às vezes sinto-o triste e desanimado. Como se até ele começasse a perder as forças e a fé. Até que ele ouve passos, que na maior parte das vezes não são os teus, e sente de novo o pulsar, a esperança e a vida. E continua a esperar por ti...
2 comments:
Romeu, "o que faço? Não posso abdicar de tudo o que sinto. Ou, pior ainda, não posso deitar tudo ao Mar ou entregar a outra que não seja 'o destinatário' destas afeições."
Você também brilhava, destacando-se genuinamente dentre os demais. Confesso mais claramente agora que sentia o mesmo: vontade de estar só, com Romeu.
a outrO que não seja 'o destinatário' destas afeições
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